terça-feira, 11 de outubro de 2016

2° turno: nenhuma confiança em Nanci e nem Dejorge!



O PSOL esteve ao longo desse processo eleitoral em cada canto da cidade, apresentando para a população o programa “São Gonçalo precisa de uma revolução!” que foi debatido e construído coletivamente. Defendemos um projeto de cidade que passe fundamentalmente pela ampliação da democracia, pela participação popular e pela ampliação dos direitos dos trabalhadores. 

Foi uma honra apresentar a candidatura do Prof. Josemar a Prefeitura de São Gonçalo e nossa chapa de vereadores, juntamente com os companheiros do PCB. Nossa militância  aguerrida, deu exemplos de obstinação e se revelou incansável na construção do nosso projeto.

Temos orgulho dos nossos candidatos e da nossa forma de fazer política. Apresentamos propostas claras e efetivas. Não recebemos dinheiro de empresas de ônibus e nem de empreiteiras. Fizemos uma campanha limpa e ética. Dura e firme nos posicionamentos ideológicos e políticos. Não participamos do “toma lá dá cá” da política.

Para mudar a cara de São Gonçalo não cabem meias palavras, é preciso contrariar os interesses dos empresários de ônibus que comandam o transporte na cidade, é preciso cortar as indicações políticas em postos de saúde, escolas e demais repartições públicas, é preciso valorizar o servidor e garantir condições dignas de trabalho. Em resumo: é preciso uma nova forma de governar, longe desses velhos caciques da política gonçalense e com autonomia política para cortar a sangria dos cofres do nosso município.

O resultado do 1° turno colocou o deputado estadual Dr. José Luiz Nanci (PPS-SD-PSL) e o Vereador Dejorge Patricio (PRB-PMN-PRTB), praticamente empatados, no segundo turno. Dois candidatos que fugiram da maioria dos debates aos quais foram convidados, que se furtaram durante o processo eleitoral de apresentar de forma mais nítida suas ideias. O grande arco de alianças que se forma em torno das duas candidaturas no segundo turno, revela a tônica da política gonçalense: um grande balcão de negócios, onde cada voto conquistado é elemento de barganha para cargos na prefeitura.

Não existem nesses acordos qualquer preocupação pragmática. A politica de assistência social de nossa cidade, as secretarias de educação e de saúde, ou qualquer outro cargo não podem virar moeda de troca. Quem entrou neste jogo de barganha, vendeu a dignidade e a confiança de quem depositou o voto em sua candidatura. Está na verdade, ajudando a vender a ilusões.

Nenhum dos dois candidatos deste segundo turno apresentou elementos centrais pelo qual lutamos. Ambos foram omissos em relação a luta contra o “cartel” chamado Consórcio São Gonçalo de Transportes que controla o transporte público da nossa cidade. A regularização do transporte alternativo foi um dos pontos pautas que os dois se esquivaram. A eleição direta para diretores de escolas e postos de saúde também foi um ponto ignorado. Mecanismos efetivos de combate a corrupção também não foram apresentados. A transformação dos Agentes Comunitários de Saúde em servidores do Regime Juridico Único(RJU) nem sequer foi ventilada por ambos. O aumento salarial para os servidores públicos municipais não foram abordados nem pelo candidato do PPS e nem pelo candidato do PRB.

Ambos têm experiência efetiva em participar de governos desastrosos. O deputado estadual José Luis Nanci participou do governo Charles e foi secretario estadual do atual governo Pezão/Dorneles. Governo que atrasou salários de servidores e destrói o nosso Estado. Dejorge Patrício foi secretário municipal de Parques e Jardins do governo Mulim. Quando vereador não fez um discurso na tribuna questionando os equívocos da Prefeitura e não apresentou um projeto para a cidade. Ignoram a parte podre de seus currículos para entrar no festival de mentiras sobre a população.

Portanto, não há qualquer possibilidade do PSOL apoiar qualquer uma dessas duas candidaturas. Temos plena consciência de que tanto Nanci quanto Dejorge, representam o atraso para nosso município, um novo ciclo de acomodação dos aliados políticos, de aparelhamento da máquina pública e o sucateamento dos serviços públicos. Seus partidos, no plano nacional (o PPS e o PRB), mobilizaram suas bancadas para defender com unhas e dentes o ajuste fiscal e garantir a retirada de direitos dos trabalhadores. Seus projetos não comungam em nada com o nosso, havendo total incompatibilidade de entendimento sobre como deve ser a política em São Gonçalo.

Não vamos emprestar nosso capital político, a garra da nossa militância, para apontar uma saída “menos pior” para São Gonçalo, ignorando de maneira acrítica quem lhe dá sustentação. Como sempre dissemos não queremos trocar seis por meia dúzia.

Vamos falar a verdade para a população, que nem Nanci e nem Dejorge, vão governar para os interesses do povo. Que são reféns dessa velha política ao qual estão cercados para tentar ganhar a eleição. Nós do PSOL, temos muitos anos na luta e temos responsabilidade com tudo o que acumulamos até aqui.

Vamos seguir debatendo com a população a necessidade da ampliação desse programa popular e democrático, que pode dar efetivamente outra cara ao município. Não aceitamos a discriminação, a intolerância religiosa e  a retirada de direitos que novamente se avizinha como resultado desse 1° turno. Fazemos um chamado honesto para os movimentos sociais, sindicais, entidades, partidos políticos de esquerda, para construirmos um polo de resistência que enfrente os retrocessos que virão seja com Nanci ou com Dejorge e que lute pelas pautas históricas dos trabalhadores.
  

São Gonçalo, 11 de outubro de 2016.

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